domingo, 8 de agosto de 2010

Lágrimas.

Acabei de ler o post que eu escrevi no aniversário da minha mãe.
E com lágrimas nos olhos, venho escrever esse post.
Ela ainda está no mesmo lugar, porém meus pensamentos mudaram em relação a muita coisa.
Hoje as pessoas notam um brilho no meu rosto, que há muito tempo não aparecia. Um brilho não tão brilhante, mas tem.
Continuo sentindo saudade, continuo chorando, continua doendo.
Porém, gostaria de desabafar!
Minha mãe, Jane Beatriz, não merece isso. Não merece todo esse sofrimento.
Eu estou cansada disso tudo já, que dirá ela. Que não pode expressar nenhum sentimento ou sensação.
Deus, te peço: que ela possa descançar, por favor. Que ela siga feliz e em paz.
Não dá mais pra ver todos à minha volta morrendo aos pouquinhos, indo cada vez mais pro fundo.
Sinto tanta saudade de ti mãe. Que não tem medidas pra expressar.
Penso em ti sempre, me lembro dos nossos melhores momentos, dos passeios, da nossa vida junta. Estou com tanta saudade.
Mas quem sabe a gente não se encontre de novo em uma outra vida?
Quem sabe eu ainda não tem encontre nessa vida mesmo?
Talvez a gente volte a se encontrar ainda.
Mas a saudade se perpetua cada dia que passa. A dor é igual. Mas quero o teu bem, quero que tu encontre o teu caminho, mesmo que não seja com a gente.
Como é mais fácil escrever isso do que falar! Por que?
Dói mais quando a gente fala em voz alta? Sangra mais?
Não sei, mas sou muito fraca. Não tenho conseguido falar isso pra mim, em voz alta. Só meus pensamentos escutam.
Ai o teu cheiro mãe, eu sinto ele. Seguido antes de dormir me lembro do teu cheiro, da textura da tua pele, como era macia e fofinha.
E cá estou eu, sozinha na sala. Mas não te espero mais. Sei que tu não virá. Quem sabe tu até esteja aqui, só eu que não posso ver.
Mãe, eu cresci. Eu já faço muita coisa sozinha. Eu cuido da nossa empresa, eu cuido dos meus irmãos. Mãe, agora eu já sou adulta. Não dependo de mais niguém. Mãe, eu tenho saudades. Mãe, eu me espelho em ti pra ser quem eu sou. Mãe, eu coloquei aparelho pra arrumar meu dente torto - já não é mais meu charme ;) - e vou ficar mais bonita. Mãe, às vezes eu choro e não é de tristeza, é de orgulho de ter uma mãe que nem tu. Mãe, às vezes eu tenho que rir, pra não acharem que eu vivo triste. Mãe, eu começei o segundo semestre da minha faculdade, acho que agora não vou desistir mais. Mãe, eu não namoro mais. Mãe, o pai tá bem também, nós estamos cuidando dele. Mãe, não te preocupa todos estão bem, ficaremos bem também; queremos o teu bem, fica tranquila. Mãe, todas as terças eu faço o Conceição sozinha e tomo café preto sozinha, mas às vezes eu sinto que tu tá ali comigo, não tá?! Mãe, todas as noites eu fico até tarde vendo tv sozinha, mas eu sempre me lembro que tu me dava a mão quando a gente sentava perto no sofá. Mãe, às vezes eu preciso desabafar, por que eu sinto que não posso ficar me lamentando toda hora, as pessoas não tem obrigação de ouvir. Mãe, desculpa se eu choro, mas eu não sou tão forte quanto eu achei que eu fosse, desculpa. E mãe, me perdoa por não ter podido te tirar dessa, eu fiz tudo que eu pude, me desculpa. Mas eu cuido de tudo por aqui. Pode ficar bem. Deixa pra mim né. Eu não vou falhar de novo.
Bom, acho que já desabafei demais. Já chorei demais com esse post também.
A vida está aí para ser vivida e é isso que nós precisamos fazer, sem se importar com os outros.
Fiquem com Deus.
E mãe, eu quero que tu fique em paz. Por que eu te amo.

Um grande beijo, minha mãe, da tua filha Ana Luiza.

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