terça-feira, 6 de março de 2012

Assim sem fim [...]

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E era para tudo ter terminado conforme manda o figurino: adeus, tchau, até nunca mais. Sumir.

Mas nada disso aconteceu, e aí eles começaram com uma sequencia quase que infindável de erros, que talvez fossem sem volta. Promessas de amizade, de carinho, de companheirismo. Talvez por que viveram momentos únicos, inesquecíveis. Momentos, estes, que jamais conseguiram ser apagados da memória, lágrimas e risadas na mesma hora? Impossível que eles achem alguém que consiga retribuir todo o amor que um viveu pelo outro.

Mas como todo o fim de relação, eles erraram, e feio. Os dois. Quando se vem de uma relação perfeita, de alguns anos, é praticamente impossível sustentar uma amizade firme e forte, ainda mais quando se tem outros conhecidos em questão.

Erraram ao tentar manter uma imagem que eles não conseguiriam suportar, erraram por querer provar para os outros não para eles, erraram tentando mostrar que eles sim conseguiam manter uma "amizade" pós relacionamento, que é digna de inveja.

Ah, a inveja. Pobre casal, que pagou pela inveja alheia praticamente todo o momento em que estiveram juntos. E quando resolveram se separar? O que mais iria rodear os dois que não a inveja? A fofoca? E mais uma vez erraram, ao ouvir coisas que em outros tempos jamais dariam atenção.

Ela mudou, pra melhor, pra pior, talvez um pouco de cada. Ele mudou, hoje vive algo que ela jamais imaginou que ele fosse viver. E ambos continuam errando, tentando manter para eles - e para os outros - aquela mesma imagem quando se tinha, quando a relação ainda era "fresca", "nova", que eles tinham tudo em comum - ainda - e que julgavam se conhecer como ninguém, e eles vem tentando isso hoje, ainda.

Anos se passaram, e infelizmente, eles não perderam o contato, o que no caso, teria sido tão mais fácil. Se esquece, abandona lembranças, convivências e a vida segue adiante. Hoje, ainda querem ser amigos, mas não existe mais amizade, não existe mais amor, não existe mais cumplicidade. Eles nem mesmo se conhecem, como podem se amar ainda, como podem querer serem amigos?

Promessas foram feitas, que é óbvio não serão cumpridas. Na época, eles eram muito jovens, praticamente crianças, descobrindo uma vida juntos, um futuro juntos, mas um futuro mágico, onde não tem responsabilidade, não se tem estabilidade, nada. São só eles, e isso era o que importava.

Hoje, tudo mudou, a independência mudou, a estabilidade é maior, os rostos são diferentes, o corpo não é o mesmo de anos atrás, mas principalmente, a cabeça é outra, é diferente, cresceu junto, amadureceu junto e melhor, se machucou junto.

E mesmo que tenha mudado, vive nela ainda, a velha mania de tentar decidir pelos outros, ou melhor, pelo OUTRO. E então acha que nunca mais serão os mesmos, que não existirá mais a possibilidade de dar certo, como quando planejaram, lá no fim. Só que ela não sabe o que acontece, com ele. E talvez nunca vá saber. Na verdade, pode ser que ela viva sem saber, e quando souber, será tarde demais.

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O por que o título da postagem? Totalmente autoexplicativo: "Assim sem fim" mesmo.

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